sábado, 4 de junho de 2005

40 dias procurando Luz - Dia 21

Texto Bíblico do dia:

Neemias 7: 70 - 73 - "Ora, alguns dos cabeças das casas paternas contribuíram para a obra. O governador deu para a tesouraria mil dários de ouro, cinqüenta bacias, e quinhentas e trinta vestes sacerdotais. E alguns dos cabeças das casas paternas deram para a tesouraria da obra vinte mil dáricos de ouro, e duas mil e duzentas minas de prata. O que o resto do povo deu foram vinte mil dáricos de ouro, duas mil minas de prata, e sessenta e sete vestes sacerdotais. Os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, alguns dentre o povo, os netinins e todo o Israel habitaram nas suas cidades. Quando chegou o sétimo mês, já se achavam os filhos de Israel nas suas cidades."

O programa de Deus para a minha vida hoje:

Planejar - e executar - uma reforma espiritual profunda em minha vida.

Meditando:

Existem várias formas de ler a Bíblia e meditar sobre ela. Eu escolhi uma para usar durante essa jornada, que consiste num desafio também. Não sigo nenhum plano lógico de escolha dos textos bíblicos. Simplesmente abro a Bíblia aleatoriamente, olho para um texto, leio e medito sobre ele. Isso não tem a ver com nenhum pensamento do tipo: "Deus vai dar a resposta exata que preciso com esse trecho!", ou "O Espírito Santo vai me fazer abrir num passagem que vai responder a todas as minhas inquietações!". Ora isso é até possível, não duvido. Mas meu compromisso é apenas em não discriminar nenhuma parte da Bíblia, e achar mesmo nas passagens mais árduas, motivo pra meditação. Não é a toda que aquela passagem está na Bíblia, certo? Então, por exemplo, se eu abrir em uma passagem do livro de Jeremias falando de uma profecia sobre a destruição de cidade tal (comigo, a Bíblia cisma em querer abrir por essa bandas), ao invés de eu ficar desesperada pensando que Deus vai me destruir, tento tirar desse texto algo que possa acrescentar, algo mais profundo que possa ser utilizado na minha experiência cristã e me faça crescer.

Em alguns dias ele me manda textos claros, fáceis de se retirar lindas reflexões. Outros dia, como o de hoje, a tarefa não é tão fácil assim... Confesso que passei muito tempo, junto com meu marido, tentando cavar mais fundo para encontrar uma aplicação prática para esse texto histórico. Para isso tive que dar uma geral em todo o livro de Neemias, consultar dados sobre a época e o autor, catar uma velha lição da Escola Sabatina, e fazer uma breve pesquisa em sites judaicos.

O importante me pareceu partir do contexto. A cidade de Jerusalém estava desolada. O povo voltava de mais um cativeiro, agora o babilônico, e tinha diante de si uma cidade abandonada e destruída. Neemias foi um dos que tomou a frente para promover uma reforma colossal e reconstruir Jerusalém, tanto física, moral como espiritualmente. Tarefa difícil! O próprio povo não queria voltar para Jerusalém, preferiu residir perto de suas plantações em outras cidades, e não entre aquelas ruínas. Só depois que Neemias promoeu a reestruturação das defesas da cidade (a guarda, os muros), é que os primeiros moradores voluntários começaram a se fixar. Depois ele convidou uma décima parte do povo para juntarem-se aos voluntários. E por fim, começou a reconstrução do templo, para que Deus pudesse ser adorado novamente em Jerusalém, em conformidade com Seus desígnios.

É aí que chegamos ao texto bíblico de hoje. Restaurar o templo era restaurar o sagrado em Israel. O governador, os patriarcas e o povo contribuiu com dinheiro e vestes sacerdotais para a tesouraria da obra do templo. Perceba que eles deram muito. E eram coisas que tinha realmente muito valor para eles. Mas perceba também que todo o dinheiro estava em moeda babilônica; o que de mais valioso eles tinham possuía a marca do paganismo, e tudo aquilo foi entregue a Deus, porque eles tinha mais necessidade de Deus do que de valores pagãos. Por fim, quanto as vestes sacerdotais, não consegui encontrar um comentário bíblico que explicasse de onde essas vestes vieram: se elas já existiam e estavam guardadas (lembre que só o sacerdote podia usá-las - não um levita ou um judeu comum - , e apenas no serviço do Templo, ao sair dele, tinha de retirá-la), ou se essas vestes foram confeccionadas especialmente para serem doadas ao Templo em reconstrução, mas uma coisa é certa: essas vestes não estavam sendo usadas e foram entregues a Deus para que tivessem sua utilidade restaurada.

Trazendo para a perspectiva da minha vida cristã, eu vou descobrir que também estou no meio de uma reforma profunda. Desde o início da minha caminhada cristã, e mais precisamente agora, durante esta jornada de quarenta dias, estou me propondo a reformar minha vida espiritual, a fim de que Deus habite em mim em toda a Sua plenitude. Reavivamento e reforma pessoal abrangem a separação do pecado. E o texto bíblico me diz que, para iniciar essa reforma espiritual eu devo entregar a Deus o que tenho de mais valioso, inclusive aquilo que ainda tem a marca do mundo impressa em sua face. Minha família, que me é tão importante, pode estar eivada por costumes "babilônicos". Meu trabalho, que sustenta minha vida material, pode ter ainda a marca de Babilônia na forma como toma meu tempo. Meus relacionamentos, meu lazer, minha cultura, meu dinheiro, minha saúde, meus cargos na igreja, tudo que julgo importante não pode ser considerado mais valioso que ter a presença de Deus em minha vida. Portanto deve ser entregue a Deus, para que Ele imprima em tudo isso a marca do seu domínio.

E quanto às vestes sacerdotais, entendo-as como todo aquele conhecimento doutrinário, teológico, bíblico que nós temos, mas que está guardado ou fora de uso. Para uma reforma espiritual verdadeira, essas vestes devem ser postas em uso no Templo do Senhor novamente, ou seja, no serviço par ao qual Ele me chamou em Sua Obra de salvação do mundo. Temos a nossa disposição muito material e ainda o Espírito Santo para que trilhemos o caminho da santificação. No entanto, normalmente aproveitamos pouco o que temos, e reformar significa desenvolver o senso de missão e cooperação com a Igreja, a partir do conhecimento que já temos, e daquele que está à nossa disposição.

O resultado dessa reforma, é que a Jerusalém da minha religiosidade pode passar de ruínas a uma verdadeira Cidade de Paz, firme, crescendo, com um futuro e habitada. Habitada pelo próprio Deus.

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