sexta-feira, 3 de junho de 2005

40 dias procurando Luz - Dia 20

Texto Bíblico do dia:

Marcos 13: 3 - 4, 10 - 11, 28 -29 - "Depois estando ele sentado no Monte das Oliveiras, defronte do templo, Pedro, Tiago, João e André perguntaram-lhe em particular: Dize-nos, quando sucederão essas coisas, e que sinal haverá quando todas elas estiverem para se cumprir?(...) Mas importa que primeiro o evangelho seja pregado entre todas as nações. Quando, pois, vos conduzirem para vos entregar, não vos preocupeis com o que haveis de dizer; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós que falais, mas sim o Espírito Santo. (...) Da figueira, pois, aprendei a parábola: Quando já o seu ramo se torna tenro e brota folhas, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós, quando virdes sucederem essas coisas, sabei que ele está próximo, mesmo às portas."

O programa de Deus para a minha vida hoje:

Pregar da volta de Cristo. Exultar pelo pregar e pelo crer.

Meditando:

Uma das coisas que eu mais tinha medo quando era criança, era do tal "fim do mundo". Minha avó paterna costumava falar coisas sobre o apocalipse, que unidas a algumas reportagens atemorizantes que eu assistia naquela época de guerra fria, faziam meu sangue gelar só de pensar no que podia significar a volta de Jesus. Aliás, eu nem pensava em Jesus quando pensava em sua volta. Só me vinham à mente bombas atômicas explodindo, chuvas de meteoros caindo, ondas gigantes devorando, e eu sem ter onde me esconder. Passei algumas noites chorando e sem conseguir dormir por causa dessas cenas.

Hoje, lendo o capítulo treze de Marcos, que é um texto apocalíptico, sinto a grande diferença que é crescer não só física mas espiritualmente. Há muita gente que apesar de ter se tornado adulto, carrega consigo um temor do que seria esse tal "fim do mundo" que esses "crentes" pregam. Então sinto a grande responsabilidade que é para nós, como povo que se intitula adventista, pregar - e pregar corretamente - sobre a volta de Jesus e suas conseqüências para o nosso mundo e para a vida de cada um, individualmente. A responsabilidade de fazer as pessoas sentirem, diante dessa perspectiva, paz ao invés de medo. Já vivemos cercados por muito medo, e a volta de Cristo é justamente a segurança de que Deus está no controle, e não vai deixar que nada aconteça fora do tempo ou dos planos de amor dEle para Seus filhos.

Uma das coisas que mais me chamou atenção nesse texto bíblico foi a semelhança entre aqueles tempos e os nosso tempos. Havia um grupo de pessoas que seguia a Jesus e um pequeno grupo - Pedro, Tiago, João e André - que chegaram mais perto dEle. Seguir a Jesus não basta para saber o que Ele tem a dizer: isso tem que ser descoberto de mais perto. E isso é uma verdade para hoje também. Depois, havia uma profecia específica para aquele tempo - a destruição de Jerusalém - , tal como há uma profecia específica para nosso tempo hoje - a destruição do pecado em nosso mundo. Jesus respondeu misturando os dois eventos, primeiramente porque os discípulos fizeram a pergunta errada. Eles associaram a volta de Cristo a um evento isolado, como ainda hoje alguns fazem: basta sair uma reportagem sensacionalista, um livro suspeito, ouvir um sermão alarmista ou ver um papa morrendo para que a inquietação se instale sem rumo e sem chão, só gerando mais dúvida ao invés da paz segura que a Bíblia bem interpretada dá.

E os discípulos ficaram tão estupefatos com o fato de Jesus previr a derrubada daquele grandioso templo, que pensaram que isso seria o prenúncio de uma catástrofe final na Terra. E aqui temos outra semelhança com nosso tempos: os homens continuam embevecidos com sua aparente capacidade de fazer coisas gloriosas e indestrutíveis. A ciência avança no sentido de domar a criação e destruição da vida, os homens se gloriam de feitos cada vez mais ousados em todos os campos, e acham a tudo isso conquistas inexoráveis. A mensagem do templo de Jerusalém para nós hoje é: nada é maior que Deus. O outro motivo por que Jesus uniu os dois eventos num discurso, é que fica comprovada a verdade profetizada para o fim dos tempos, justamente por causa do cumprimento preciso da verdade profetizada para Jerusalém.

Mas uma semelhança entre os fatos ocorridos no ano 70 DC e aqueles que hão de ocorrer em breve, é que, como houve orientações precisas de como o povo de Deus se comportar por ocasião da destruição de Jerusalém, há informações precisas de como Seu povo deve se comportar por ocasião do tempo do fim. Essas orientações seguem um mesmo padrão: sinais. Jesus usou uma profecia de Daniel (9:27) para aconselhar seu povo: "Quando, pois, virdes o abominável da desolação situado onde não deve estar, então, os que estiverem na Judéia fujam par aos montes" (verso 14). Cristo usou a Palavra de Deus para advertir Seu povo diante do perigo. E aqueles que estudavam a Palavra de Deus entenderam muito bem. O capítulo um do livro "O Grande Conflito", de Ellen G. White, comenta brilhantemente o que sucedeu. Por ocasião da festa dos Tabernáculos, quando os judeus estavam todos reunidos em Jerusalém, os exércitos romanos, comandados por Céstio, cercaram a cidade. Mas por algum motivo, o exército, em dado, momento, se retirou. Os judeus que ouviram Jesus e creram na Sua instrução sabiam que esse era o sinal e a oportunidade para a fuga. Segundo o historiador Josefo, eles subiram os montes ao leste do Jordão e sul da Galiléia, na cidade de Pela, e nenhum deles pereceu.

Os judeus não cristão,s no entanto, seguiram o exército de Céstio e o derrotaram, levando seus despojos de volta para Jerusalém. Estavam cheios de si. Ouvia-se com júbilo o discurso "Paz! Segurança!". Soa familiar? Talvez por causa da passagem: "pois quando estiverem dizendo: Paz e segurança! então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão." I Tessalonicenses 5:3. Tito voltou com o exército romano disposto a destruir. Era época da páscoa, e novamente Jerusalém estava cheia de judeus vindos de toda a parte. Deixou o povo perecer cruelmente de fome, e por fim atacou e destruiu Jerusalém da forma mais terrível, e então morreram mais de um milhão de judeus. Mas o versículo de Tessalonicenses é para nossos dias! O que há de comum nos nossos dias com a triste história da destruição de Jerusalém é que muitos continuam não dando ouvindo aos sinais de Cristo, e não se preparando para os eventos que Ele alertou claramente a Seu povo que viriam. O que mais se ouve hoje é o discurso da "paz e segurança!"

Mas o que mais chama atenção em toda a narrativa de Marcos 13 é o cuidado de Jesus em garantir que Ele estaria presente com Seu povo e lhes daria esperança em meio a todas as tribulações. O cerne desta esperança está nos versos 10 e 11: "Mas importa que primeiro o evangelho seja pregado entre todas as nações. Quando, pois, vos conduzirem para vos entregar, não vos preocupeis com o que haveis de dizer; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai; porque não sois vós que falais, mas sim o Espírito Santo. " O mundo em turbulência não é motivo para preocupação, porque isso significa que nossa redenção está próxima, que Jesus virá nos buscar para um mundo perfeito, onde nós seremos também perfeitos, novamente à altura do que Ele planejou para Sua criação. E esta esperança gera a força para pregar o Evangelho a todas as nações. Jesus deu Sua Palavra que o Espírito Santo de Deus estaria conosco nessa jornada, e se Ele está conosco não tememos nem o que falar nem o que enfrentar, pois Deus é o nosso escudo e fortaleza.

Não há, portanto, nada de desolador na mensagem apocalíptica das Sagradas Escrituras. Pelo contrário, também em meio as cenas finais deste mundo, temos o Caminho, a Verdade e a Vida a nos guiar em segurança. Quando o cristão descobre isso, ele desvia os olhos dos eventos isolados para o fim de todos eles: a volta de Cristo. E, como Cristo, tornam-se adventistas, porque se dispõem a dizer a todos da breve volta do Seu melhor amigo, de como isso será bom. Mais que análises escatológicas e discussões teológicas, o cristão que descobriu a alegria do significado da volta de Jesus se empenha em estar cada vez mais perto de Cristo, em melhorar Seu relacionamento com Ele e com os seus semelhantes, em viver em conformidade com o que Seu mestre aconselhou. Fazendo isso ele estará mais bem preparado par aos eventos finais que qualquer doutor em teologia.

Note que Cristo que usou novamente o exemplo da figueira. E a grande diferença entre a figueira de alguns capítulos atrás, em Marcos 11, e a figueira que fecha o sermão profético de Jesus é que a primeira parecia frondosa, mas não dava frutos, a segunda, por seus ramos e folhas, anuncia a chegada de uma nova estação. Que figueira eu quero ser hoje? A que se destina a destruição ou a que precede a glória? Que tipo de mensagem o mundo pode ver em minha vida? A aparência cristã vazia ou a mensagem bem-aventurada de que Cristo vai voltar?

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