sexta-feira, 27 de maio de 2005

40 dias procurando Luz - Dia 14

Texto Bíblico do dia:

João 20: 11 - 16- "Maria, porém, estava em pé, diante do sepulcro, a chorar. Enquanto chorava, abaixou-se a olhar para dentro do sepulcro, e viu dois anjos vestidos de branco sentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E perguntaram-lhe eles: Mulher, por que choras? Respondeu-lhes: Porque tiraram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. Ao dizer isso, voltou-se para trás, e viu a Jesus ali em pé, mas não sabia que era Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, julgando que fosse o jardineiro, respondeu-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, virando-se, disse-lhe em hebraico: Raboni! - que quer dizer, Mestre."

O programa de Deus para a minha vida hoje:

Ampliar meu tempo e compromisso para com Ele.

Meditando:

O texto bíblico acima é uma das passagens do Evangelho que mais me comove. Não consigo ler e ler de novo sem deixar de sentir o coração apertado, emocionado, o rosto de Maria aparece nítido em minha mente, e me sinto movida a partilhar lágrimas com ela. Tudo porque vejo um Deus nos amando em toda a nossa fraqueza e pequenez. Lá está a menor de todas as suas servas: uma mulher discriminada entre seus contemporâneos, que ainda carregava no nome (e assim é até hoje), o estigma de "a pecadora", sem dinheiro, sem posição social, nunca cogitando um lugar à direita ou à esquerda de Cristo como faziam outros seguidores, mas se achando tão pequena que já achava um privilégio ouví-lo lá detrás da multidão.

No entanto Cristo a escolhe para ser a primeira a vê-lO depois da ressurreição. Também pudera. Como Cristo não se compadeceria daquela mulher, sentada em frente ao seu túmulo e chorando, chorando... achando que Seu Mestre tinha ido, e com Ele também o sentido da sua pobre vida. Nem mesmo o corpo dEle tinham deixando para que ela o velasse. Era a última coisa concreta que ela tinha em que se apegar. Agora... mais nada! Quanta dor e desamparo! Quanta solidão!! E como eu conheço essa sensação de solidão! É por me identificar com a dor de Maria que me comovo tanto com essa passagem. Quanto mais a Cristo! De um lado, no alto, o céu lhe sorria, com milhares de anjos cantando ansiosos por adorá-lO, com o Pai ao centro abrindo-lhe os braços. Do outro lado, prostrada na Terra...

- Maria!

Ele a escolheu primeiro porque, depois de viver entre nós, Jesus não pode deixar passar despercebida nenhuma lágrima humana. Ele sabe o que isso significa. Ele nos ama de uma forma que todos os outros habitantes celestiais não podem compreender. Por isso eles tiveram que esperar enquanto Ele a confortava com Sua presença. "Maria! Eis a vida! Eis a esperança! O amparo, o sentido, a paz, a comunhão, o amor! Eis-me aqui, Maria! Eu continuo bem perto!"

O que mais me comove na ressurreição de Cristo não é apenas o poder da Deus sobre a vida e sobre a morte, mas o poder do Seu amor sobre todos os atos humanos. Mesmo o mais cruel, o mais terrível, que fez com que os anjos escondessem a face de horror: o assassinato do filho de Deus. Pois depois de sofrer com esse supremo ato vil, Cristo ressurgiu para provar que Seu amor era maior. E como - responda-me se for capaz - como Ele também não poderia ser maior do que o mais terrível dos atos que eu e você cometemos contra Ele?

Enquanto minhas lágrimas caem eu sinto uma necessidade profunda de reafirmar: "Quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 8: 35-39)

Ele ainda está aqui. Ele ainda está aí, ao teu lado. Com Seu amor vivo e vivificador vencendo o mais cruel dos nossos pecados. "Por que choras? A quem procuras?" Ele ainda chama nosso nome. E ainda podemos responder "Mestre!", entregando-Lhe uma vez mais o senhorio da nossa vida.

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