sexta-feira, 9 de maio de 2008

9. PARA OUVIR E VIVER - Projeto Imagem e Semelhança

Original: Only hope – Mandy Moore
Versão: Luciana D. Teixeira de Araújo

Há um som que eu escuto aqui
E que ecoa também pelos montes e vales além.
É o som que acorda as manhãs
e desperta em nós luminosos caminhos também;

é o som da voz de Deus,
é a canção do amor
que Deus compôs pra você,
e te convida a ouvir e viver.

Dessa música emana poder
que remove montanhas e impele os cansados além.
Este som que ao mundo criou
É o mesmo que vem e recria os sonhos também.

às vezes vai sussurrar,
às vezes vai te chamar,
Atrás de ti dirá:
este é o caminho a seguir.
Reconhecerás
em teu coração

(que) é o som da voz de Deus

...
ouvi e vivei


"Se vocês se desviarem do caminho, indo para a direita ou para a esquerda, ouvirão a voz dele atrás de vocês, dizendo: O caminho certo é este; andem nele." Isaías 30:21


Acho que há poucas coisas neste mundo mais magnéticas que um bebê. Os publicitários já descobriram isso faz tempo, e pegam a gente pela ternura com bebês rechonchudos vendendo de seguro de vida a esponja de aço. Imagine então quando o bebê é seu. Muitas vezes, às quatro da manhã, morrendo de sono e cansaço, eu estou ali, totalmente embevecida com o rostinho dele. Acho que é uma solução divina pra a mãe não deixar o bebê rolar dos braços enquanto ele mama de madrugada! Mesmo passando o dia inteiro ao lado dele, eu sinto saudades quando ele dorme mais de três horas, e me ponho a olha-lo no berço de cinco em cinco minutos, com vontade de abraça-lo. Algumas vezes já o agarrei dormindo mesmo, ainda com o risco de acorda-lo e começar toda a trabalheira de novo. Quando Tibério tem que fazer algum trabalho em casa, muitas vezes para tudo só para ir olhar para nossa pequena grande bênção.

Mesmo durante o culto, muitas vezes temos que fazer força pra prestar atenção ao pregador, porque ainda que ele esteja quietinho no meu colo, meus olhos o procuram como a bússola ao pólo. E reparei que isso não é só comigo. Num banco de igreja onde chega um bebê, todos em volta param pra olhar, pra querer pegar, pra acenar ou mandar beijinhos pra ele, pra dar ao menos uma espiadinha... e se o bebê, simpático, sorri, pronto: lá se vai a reverência e ninguém ouve mais nada, a não ser “ahhhh”, “bilú-bilú”, “tititi, tátátá”. Se brincar, até o pregador é hipnotizado também!

Os estudiosos explicam que é assim porque a graciosidade é a principal defesa pela sobrevivência do bebê. Repare que os bebês de outras espécies mamíferas parecem muito mais autônomos ao nascer: os cavalos, com pouco tempo de nascidos já andam, os bezerros mamam, os veados correm... e os bebês humanos? Eles são tão frágeis! Ao nascer só choram e dormem, como vão convencer alguém a cuidar deles, lhes dá comida, limpar, dar carinho para crescerem saudáveis? Através da graciosidade. Por isso todos os bebês são lindos e nos enternecem, Deus os fez assim para nós resistirmos a muitas madrugadas insones com um sorriso bobo no rosto.

No entanto, Vinícius, com todo o seu magnetismo extraordinário, me ensinou a olhar muito mais para o próximo. Meu olhar já não fica indiferente diante das vítimas e malfeitores dos telejornais , das crianças pedintes nos semáforos, dos usuários de drogas, dos que dormem nas sarjeta, de todos que sofrem. Vinícius agora me lembram que todos já tiveram uma mãe, e em alguns casos, uma mãe que os amou muito e cuidou com todo o carinho. Vinícius também me diz que mesmo os que não tiveram mãe têm um Pai no céu. E Vinícius me lembra de orar por eles. Esse dom que ele tem de me apontar a Deus em quem sofre, existe provavelmente para que eu também o lembre de não esquecer de orar e trabalhar pelo seu semelhante, mesmo que a semelhança seja enxergada apenas pelos olhos do nosso Pai. Hoje meu filho é o centro das atenções, mas quero que ele cresça vendo o mundo para além do próprio umbigo. Como o faria um cristão.

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