quinta-feira, 1 de maio de 2008

1. A ARTE DE CRIAR - Projeto Imagem e Semelhança

Original: Ancient words - Michael W. Smith
Versão: Luciana D. Teixeira de Araújo

Criador, supremo Deus,
que a beleza esculpiu,
deu a cada filho seu
vontade de ver céu anil

Criador, que moldou
toda a vida que há,
deu a cada filho seu
o privilégio de gerar

(Refrão)
Deus, bondoso Criador,
sua imagem nos legou
no afã de eternizar
no amor à arte de criar

Criador, mantenedor
da flor e do alado ser,
deu a cada filho seu
desejo de proteger

Criador, resgatador
que a morte já venceu,
esperança e saudade
deu a cada filho seu


“...e vos vestistes do novo, que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.” Colossenses 3: 10

Quando Deus nos criou transmitiu-nos muito de suas qualidades, dentre elas, a capacidade criativa. Não só somos capazes de admirar como de construir obras belas também. Não só nos apegamos instintivamente à vida, como a celebramos conscientemente cada vez que criamos ou recriamos algo bom, como uma poesia ou o sorriso de alguém que sofre.

É que Deus deu a cada filho Seu, o privilégio de gerar. E isso não diz respeito apenas à capacidade reprodutiva. Geramos vida cada vez que temos uma idéia nova, que inventamos uma forma de fazer melhor algo, que produzimos um belo texto, música ou qualquer outro trabalho fruto de nossas mãos, que cuidamos de algo ou alguém com muita dedicação. Cada vez que fazemos uma semente cheia de vida brotar na terra ou no coração de alguém. Geramos vida quando nos permitimos que Deus nos faça viver abundantemente. O sopro de vida do criador ainda passeia entre Seus filhos como brisa suave, refrigerando-os e inspirando-os naquilo que lembrarão como “o que de melhor já fizeram na vida”.

E quando Deus nos concede a bênção de ter um filho, passamos a compreender de forma ainda mais ampla seus atributos. Por que desejamos ter filhos? Afora todas as muitas respostas pessoais, biologicamente sentimentos necessidade de perpetuar a espécie, nosso sangue, nossa vida. É uma forma de eternizarmo-nos nas vidas que se seguirão a nós, mesmo que depois de muitas gerações só sobrevivamos num cantinho inexpressivo de DNA. Deus, no entanto, também foi movido pelo desejo de eternizar quando nos criou, tanto que nos fez para a Eternidade. E cada vez que a buscamos estamos voltando à semelhança que temos com Ele. Desejar um filho é estar mais perto de Deus.

Gerar um novo ser também nos ensina a compreender de forma mais premente o amor do Deus Criador, como Deus mantenedor. Meu filho ainda não passava de um feto de cinco meses quando eu me dei conta que seria capaz de dar, sem pestanejar, a minha vida por ele. Deus, que cuida de toda a sua obra, como das aves e dos lírios do campo, não mostraria o mesmo amor por nós? (Mateus 6: 25 – 34) Como não nos daria com o Seu filho todas as coisas? (Romanos 8:32)

Por fim, nós que cremos num Deus pessoal, cremos também que Ele pôs em nós alguns de seus melhores sentimentos. Como a esperança e a saudade. A esperança é o que nos faz perseguir a atitude criadora. A energia criativa que Freud chamaria de libido. A esperança que faz com que lutemos pela vida, seja a luta diária da sobrevivência, seja a luta íntima por encontrar um sentido mais elevado no viver, seja a luta emocional, de buscar continuamente o amor, seja a luta espiritual, de manter a fé numa transcendência que nos conforta e redime.

Deus nos deu esperança para que toda vida venha a convergir para Ele. E saudade para que, cada vez que olharmos para o céu ou para os olhos de nossos filhos, sintamos que Alguém também olha por nós. Qualquer ser humano pode sentir essa saudade estranha e inominável ao contemplar as estrelas ou o rosto de um bebê.

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