terça-feira, 6 de maio de 2008

6.EU E VOCÊ - Projeto Imagem e Semelhança

Original: I Will Be Here – Steven Curtis Chapman
Versão: Luciana D. Teixeira de Araújo

Quando uma canção tocar
e uma fruta amadurecer,
vai ser pra nós dois, eu e você.

Se a manhã chamar pra brincar
ou se o sol pintar o entardecer,
vai ser pra nós dois, eu e você.

Eu e você vamos percorrer o mundo
escalar ou mergulhar fundo nos seus sonhos
Eu e você sentiremos mil sabores,
descobriremos todas as cores,
sempre juntos, eu e você.

Se o tempo for pra nadar
ou resolve que vai chover,
vai ser pra nós dois, eu e você.

Quando uma nuvem brilhar no Céu
e Deus nela aparecer,
vai ser pra nós dois, eu e você.
(Quando Cristo chamar iremos juntos, eu e você)

Eu e você vamos conhecer as glórias,
partilhar as suas vitórias e tristezas.
Eu e você vamos dividir segredos
e crescer com os nossos medos;
seremos mais fortes.

Vamos achar bons motivos pra sorrir,
ouvir um ao outro, ouvir a Deus e o louvar.

"...vejamos o caso de uma criança que é colocada na cama, sozinha, num quarto escuro, e que chora pedindo a mãe. Se esta não responder, a criança continuará chorando enquanto lhe restar alguma energia. Está em estado de dor, que aumenta rápida e infalivelmente. Essa criança poderia morrer, mas a natureza interfere para proteger sua vida. No ponto da exaustão, ela adormece. De manhã, sua mãe está ali de novo e as esperanças são renovadas. Deixam que a criança chore de novo até se cansar, na segunda noite. Ela não chora mais tanto tempo, pois já não tem toda a energia depois da derrota anterior. Adormece mais cedo por ficar exausta mais cedo. Criança alguma consegue suportar este jogo. Salvar sua vida implica entregar os pontos, e isso representa suprimir seu anseio pelo genitor. Deixar a criança chorar até a exaustão é uma tática eficiente para conseguir-se que ela se submeta a ir sozinha para a cama, mas isso viola seu espírito. Recuperar sua fé para a vida e para ser será uma tarefa hercúlea." (Alexander Lowen - Do livro: "Medo da Vida")

Pois assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre Jerusalém a paz como um rio, e a glória das nações como um ribeiro que trasborda; então mamareis, ao colo vos trarão, e sobre os joelhos vos afagarão.” Isaías 66:12

Quando Vinícius nasceu logo deixou claro que era fã de um colinho. Começou a ter crises de cólicas já na segunda semana de vida, e só se acalmava mais quando o colocávamos de bruços em cima de nossas barrigas. E quando as cólicas passaram ele continuou gostando deste jeito de se manter quentinho e aconchegado. Foi assim que se acostumou a dormir no colo, e quanto isso se tornou irredutível. Ai de nós se tentássemos coloca-lo no berço! Só à noite que dava uma trégua, mas de dia era o tempo todo no braço. Às vezes eu tentava engana-lo, deixando que entrasse em sono profundo para coloca-lo bem lenta e suavemente no berço, mas ele, muito esperto, sempre acordava e abria o bocão a reclamar. No colo ele passava horas sonecando, feliz da vida.

Por causa desse hábito do nosso filhinho, ouvi muitas vezes, de várias pessoas, frases como “Você vai colocar mau costume nele!”, “Ta botando mãnha!”, “Ta estragando o menino, depois não vai conseguir fazer mais nada!”. Mas qual era a alternativa? Deixar meu nenê chorar? “Sim”, diziam as mesmas vozes, “deixa ele chorar, é bom pra o pulmão, uma hora ele cala”. De fato, existem até métodos "científicos" pra ensinar o bebê a se auto-consolar depois de chorar exaustivamente, e criar uma rápida independência dos pais. Mas esse bebê “sem mãnha”, que aprendeu cedo a se virar sozinho, pode ter sérios distúrbios emocionais no futuro, como já se constata cientificamente também.

Assim, preferi deixar Vinícius no meu colo ao seu livre desejo, deixa-lo desfrutar ao máximo de minha pele, meu peito, meu carinho. E não deixei de fazer nada que queria por causa disso. Com um mês e meio após o parto eu já retomava a faculdade (para tanto ele contou também com o colinho do pai). Escrevi esses textos e cuidei praticamente sozinha da casa no tempo em que ele estava mais grudado em mim. Saí e namorei bastante também. E não me arrependo de nenhum minuto em que ele ficou coladinho, me deixando cheirar sua cabeçinha. Ambos, eu e ele, felizes e satisfeitos com aquele carinho. Não precisamos ir contra nossa natureza, nem passar por “aprendizados” precoces e traumáticos.

Meu filho não ficou estragado; é o nenê mais carinhoso do mundo. Não tem mãnha, porque nenhum bebê tem a capacidade de malícia e dissimulação dos adultos, eles não manipulam, apenas comunicam. E o “mal” costume de Vinícius me rendeu alguns dos momentos mais felizes da minha vida, vendo-o crescer bem juntinho a mim, coisa que mais tarde, eu sei, nem sempre terei, quando ele encontrar prazer fora do meu colo...

Sabe, até Deus tem ganas de colocar eu e você no colo. Quando falou, através de Isaías, da restauração da Jerusalém espiritual, Ele disse que queria nos afagar em seu colo, imagine! Quer nos trazer ao peito como uma mãe que amamenta! Que me perdoem os pitaqueiros de plantão, mas esse Paizão é quem sabe das coisas...Deus, em sua experiência paternal de milênios em amar seres humanos, buscou-nos desde o Éden, passando pela colina de fogo (quentinha e aconchegante como um colo) no deserto, pelos apelos dos profetas, por Cristo e Seu Espírito entre nós hoje. Porque Ele sabe que bom mesmo é estar junto de quem se ama.

2 comentários:

Luciana Teixeira disse...

Vinicius já tem quase 3 anos, Rafael tem quase 2 meses e continuo dando colo aos dois. Quando Rafael estava para nascer muitas pessoas me disseram - e pior, disseram a Vinícius tambén - que ele perderia o colo para o irmão. Mas mãe que é mãe sempre dá um jeitinho. Tenho tempo para acalentar os dois ao mesmo tempo e um de cada vez. É só querer e saber que amar é a única coisa que importa nesta vida.

Luciana Araújo disse...

Eles agora estão com 13 e quase 11 anos e, adivinha? Continuo dando colo para os dois. Não deixarei de dar colo nem quando forem adultos. E nunca me arrependi dessa decisão. Cada segundo vivido com o filho no colo é um privilégio e uma bênção para mãe (ou pai) e filho.