sábado, 31 de janeiro de 2009

Um Deus belo

Já que faltei o ensaio do coro hoje à tarde vou me permitir escrever outro texto longo, sem pressa de acabar, hehehe... passei a semana numa secura terrível para escrever, então quero muito escrever e escrever muito. Meus seis leitores hão de me perdoar. Em nome de Proust, eu vos peço. Há tempos venho precisando expressar tudo vai abaixo.


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Por estes dias terminei de ler um livro de Alain de Botton sobre Allan Proust. O segundo é afamado escritor francês que esculpiu a obra "Em busca do Tempo perdido" e que é também venerado por oito em cada dez escritores ou aspirantes a tal. Mesmo que só dois em dez tenham conseguido chegar ao final do sétimo livro. E entre os aspirantes que penduraram as sandálias, eu me incluo. Já no primeiro livro achei a escrita de Proust fascinante, mas muito densa, ´difícil de digerir, o que me fazia ficar dias em única página, refletindo sobre o que o autor quis dizer com aquele pensamento, que sentimento pôs por trás da descrição daquela personagem ou daquele bolinho, ou como ficaria aquela frase de dezenove linhas se dividida em períodos curtos e sem hipérbatos. E Alain de Botton é um escritor que, sem escrever nem uma biografia, nem uma crítica literária, nem um compêndio de auto-ajuda, conseguiu trazer Proust para mais perto de nós, e analisar algumas caraterísticas de sua vida e escrita sob um ponto de vista prático: como isso pode me ajudar a viver melhor?

A grande sacada de Alain de Botton é justamente não vincular o "viver melhor" com a ausência de sofrimento. Tanto que um dos capítulos do livro chama-se "como sofrer com sucesso". O que gostei no livro foi essa riqueza de perspectivas, que, por sua vez, ele aponta em Proust. No capítulo "Como abrir seus olhos", observamos ele sugere que a leitura que Proust fazia do mundo e repassava em seus livros era a de um detalhista que sabia apreciar a beleza real de todas as coisas, seja a de um palácio, seja a de uma fruta comum sobre a mesa. E não havia hierarquia nessa beleza, cada uma era bela ao seu modo, e seu valor estético particular não era par aser comprado, apenas percebido. Se alguém conseguisse, no entanto, perceber a beleza de uma maçã sobre a mesa, seria dotado de uma capacidade muito mais apurada para admirar a beleza do palácio, não com frases feitas como "que lindo!", ou "tão grandioso!", que só denotam uma idéia pobre e pré-concebida de beleza, baseada muito mais no valor material que estético. Só alguém que conseguisse olhar com espanto para a descoberta da beleza numa cena comum cotidiana poderia encontrar a verdadeira beleza numa lua cheia, tão evidente, mas tão desgastada por poemas e adjetivos óbvios.

Esta reflexão me fez pensar em Deus porque, acredito, a procura por Deus é também uma procura pelo Belo. Não à toa a li no blog Outra Música uma citação de Jonathan Safran Foer que dizia "Nada é bonito e verdadeiro." Aqui entre humanos os momentos de beleza são raros e fugidios. A busca por Deus é, também, uma busca para perpetuar o extraordinário. A perfeição absoluta, caraterística que cremos ser somenteo divina, tem muito a ver com a beleza absoluta, uma vez que Belo e Bem são sempre postos juntos em nossas concepções. Tanto que demoramos a perceber o Mal quanto este se recobre de beleza. O Belo nos encanta, portanto consegue alterar nossa capacidade de julgamento. E é bem aqui neste ponto que eu fiquei matutando sobre uma contradição que, volta e meia, volta à baila no meio cristão.

O conceito de beleza tem algo de intuitivo e universal. Mas também é construído, recebe influência da educação, cultura, preconceitos e experiências pessoais que vivenciamos. E muito embora nem sempre sejamos capazes de dizer - ou interessados em descobrir - o porquê de algo nos parecer belo, utilizamos alguns critérios objetivos para aferir essa beleza. Gosto de música barroca, admiro homens de voz grave, aprecio pintura simbolista . Dentro dessas categorias ainda posso restringir-me mais e dizer que amo a beleza da música de Handel, da voz do meu marido e dos quadros de Gustav Klimt. No entanto, certo dia, durante uma aula de Fundamentos da Construção Musical na faculdade, ouvi uma música dodecafônica de Ernest Krenek, que me tocou profundamente. Em outra época eu teria ficado indiferente, como normalmente sou indiferente a qualquer música atonal. Mas naquele momento da minha vida em especial, aquela música pareceu traduzir tão bem o que eu sentia que me pareceu... confortadora. E bela. Por outro lado, embora a voz de Cid Moreira seja o ícone de todas as vozes graves e másculas, eu me dinto uto incomodada ao ouví-lo. E mesmo sem serem exatamente simbolistas, os rascunhos que meu filho faz com giz de cera me parecem obras de uma beleza comparável a qualquer quadro do Louvre. É por ser construída que a beleza não se restringe, porque ela se comunica com a experiência, e a sensibilidade para ela cresce à medida que nos permitimos reconhecê-la fora dos padrões que traçamos objetivamente.

Acontece que quando Beleza e Religião se misturam, a experiência com o Belo fica comprometida. Na história humana SEMPRE existiu alguém numa posição dominante, imposta ou delegada, que ditou o quanto de Bem pode haver no Belo e vice-versa. Por isso de vez em quando um mesmo discurso se este de roupagem nova e reaparece no círculo religioso: esses são os sons que devemos ouvir, essas são as coisas que nossos olhos devem ver. Embora a beleza possa ser apreendida com todos os sentidos, são olhos e ouvidos os sentidos mais focados. E aprisionados. É como se Deus, de repente, pudesse ser objetivado em critérios facilmente consultáveis a partir da experiência de um único ser humano, tomado como padrão de julgamento para toda uma massa que se sente mais segura em seguí-lo que pensar, criticar e escolher a partir de suas próprias experiências vividas ou percebidas.

Digo percebidas porque não temos necessariamente que errar para aprender, mas mesmo a percepção do exemplo a ser seguido deve ser uma experiência pessoal, caso contrário não será significativa. A grande falha do discurso de quem quer "preservar" nossos sentidos, é que ele é contraditório. Tem a boa intenção de querer nos alertar para a pureza dos sentidos como meio de achegarmo-nos a Deus, mas impõe sua própria concepção do que é puro e bom a qualquer outra experiência, e com isso restringe os meios pelos quais Deus pode se comunicar com sus criaturas. Sentidos que não são utilizados com sabedoria - esse deveria ser o foco de nossas preocupações - atrofiam como músculos que permanecem numa única posição a vida toda. Nenhum cordeiro atrofiado seria oferecido a Deus como sacrifício santo e agradável, já dizia o levítico.

É sábido que na nossa literatura eclesiástica já houve até a muito bem intencionada iniciativa de dizer quais os padrões rítmicos, fórmulas de compassos ou andamentos que caracterizariam a música própria para adorar a Deus. Mas será que a experiência desse autor com o Belo digno de ser ofertado a Deus invalida a experiência de um adorador que encontrou verdadeiramente a beleza da voz de Deus numa música sincopada? Se objetivarmos experiências como essa e a tomarmos como padrão, não estaremos afastando a possibilidade de alguém que cresceu, por exemplo, em meio a uma cultura onde a música segue padrões rítmicos bem diferentes dos europeus-luteranos, possa ter sua própria experiência bela e verdadeira com Deus? Sendo que a beleza divina que alguém experimentou em sua religiosidade é capaz de alterar seu julgamento racional, seria justo diminuir a experiência do outro porque ela não partiu de elementos racionais, mas emocionais? Impor nossa experiência a essa pessoa como o melhor caminho para chegar a Deus não seria tirar de Deus a prerrogativa de ser O caminho?

Tomando ainda a música como exemplo (que é com o que estou mais familiarizada), não é preciso ter nenhuma formação em psicologia para descobrir logo que muitas pessoas que defendem que na música sacra não deve predominar o elemento ritmico, têm suas dificuldades pessoais com esse elemento. Não há nada na Bíblia que diga que o ritmo é um elemento musical demoníaco, e que os instrumentos musicais que o exploram foram criados por Satanás. Muito embora muito se tenha argumentado para diminuir a relevância da experiênia rítmica na adoração, o que de fato o faz ser alvo de tantas críticas é a forma como ele mexe com nossos instintos. O ritmo, por estar organicamente associado a nossas experiências mais primitivas (desde o bater do coração no ventre da mãe), tem certo poder para tirar nossa mente de controle e deixar fluir emoções. Acontece que nem todo mundo gosta dessa sensação. Há pessoas que gostam de ter o total controle sobre suas emoções e se julgam mesmo pessoas adultas e equilibradas pela capacidade de manter bem represadas quaisquer expressões de sentimento. Elas têm medo de sentir. E isso tem a ver com suas experiências de vida. Podem ter sido (des)educadas assim. E acham, sinceramente, que a beleza a ser direcionada a Deus tem que ser uma beleza cartesiana, racional. Citam Paulo (Romanos 12: 1) para que apresentemos nossos corpos em sacrifício como culto racional (cordeiros atrofiados?), falam de ordem e decência como se o sentimento humano fossem indecente e necessariamente desordenado. Crêem que na razão está a pureza dos sentidos. E não estão erradas sob seu ponto-de-vista, ainda que Paulo não tenha em momento algum desaconselhado a expressão das emoções, antes até a recomendado (Romanos 12: 10 - 15). O medo das emoções quase sempre tem a ver com incapacidade de entrega, e como podemos ter uma relação saudável com Deus sem entrega? Como podemos experimentar Sua Beleza apenas por critérios racionais, sem ter contato como extraodinário? Eu prefiro pensar que essas pessoas, tanto as que se postam como porta-vozes da vontade de Deus como as que as seguem, querem que seus padrões sejam imitados porque elas acham que assim estarão proporcionando aos seus irmãos a mesma experiência com Deus que vivenciaram em suas vidas.

O problema é que nem sempre dessa boa-vontade decorre bênção. Às vezes decorre pura s imples presunção. E para outras pessoas, que não conseguem se encaixar nas fôrmas apertadas que foram moldadas noutra experiência de vida, decorre frustração e afastamento de Deus. Quantos jovens eu vi se auto-flagelando com penúria medieval para tentar caber nessas fôrmas. Quanto sentimento de culpa eu e tantos outros carregamos tanto tempo por nao conseguirmos entrar na capa de bom cristão que foi costurada num modelo de perfeição que jamais conseguiríamos ser. No entanto "Jesus procurava um caminho para cada coração" (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 21), e falou de maneiras diferentes a pessoas diferentes, respeitando a experiência de cada uma. Ainda hoje Jesus busca muitos caminhos para chegar-se a nós, mas - eis de novo a contradição - nossos sentidos que deveriam estar preservados, encontram-se muitas vezes atrofiados. E deixamos de escutá-lo tantas vezes por puro preconceito. Mais que isso, podemos perturbar a adoração de alguém ao invés de incentivá-la, quando ditamos as formas e ritos para ela chegar-se ao Grande "Vinde a Mim". Eu lembro das perguntas que Deus fez a Jó quando este, em seu desespero, tentava compreender as atitudes de Deus através de sua minúscula experiência humana: "Onde estava tu quando eu fundava a Terra? Dize-me se tens inteligência! Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes?" (Jó 38:4 e 5). Quando eu vejo alguém deixando de adorar a Deus por não conseguir ouvi-lo pelos critérios dos outros sinto-me tentada a perguntar aos que ditaram esses critérios: "Onde você estava quando Deus criou a música? Quem lhe pôs as medidas, se tu o sabes?"

Sei que os bem intencionados não conseguem ver assim porque acreditam que seus critérios estão fundados na Bíblia, e a verdade seria uma só, então todos os outros que não concordam com eles estariam enganados. Mas mais uma vez roubamos de Cristo uma prerrogativa: a de Ele ser A Verdade. As pessoas que perderam a capacidade de renovar sua experiência com Deus só conseguem entrevê-lo em reviver experiências passadas. Assim, essas pessoas até se emocionam, mas dentro do terreno seguro do que já é conhecido. São capazes de demosntrar grande euforia quando encontram alguém que ratifica, sob nova roupagem, os mesmos caminhos já pisados onde uma vez encontraram a Deus - e onde tentaram O aprisionar. Seria esmagador para essas pessoas pensar que Deus pode habitar fora dos seus limites controláveis. A presunção decorre justamente do medo de acreditar que alguém pode encontrar a Deus de outra forma senão aquela, sacra por excelência, devidamente fundamentada em padrões bíblicos convenientes. Dessa forma, a religião engessada em critérios objetivos não eleva no sentido de não proporcionar experiências confrontadoras, apenas confortadoras. E no conforto não há transformação, fundamento da conversão. Mesmo a mais bem intencionadas das pessoas que foca o seu discurso no controle dos sentidos está sujeita a ver seu discurso ser mal interpretado e aplicado como mais uma fôrma ao invés de um estímulo para chegar mais perto de Deus. E isso ocorre porque muitas pessoas que o ouvem não querem se dar ao trabalho (e isso posso durar uma vida inteira) de chegar-se por si próprio perto de Deus, então tentam se apoderar da experiência já vivida pelo dono do discurso, da espiritualidade do outro, da religião do outro, e para tanto utiliza os elementos objetivos do dicurso como um check list, um guia fácil para sentir-se tão espiritual quanto quem proferiu seu testemunho. Não há transformação pela experiência alheia, no máximo uma indicação a ser considerada enquanto se trilha o próprio caminho. SE eu for para o deserto coberta de peles de animais e passar a comer gafanhotos e mel isso não fará de mim uma pessoa com a espiritualidade de João Batista. Da experiência dEle eu só posso aproveitar em minha conversão os elementos que me levem para mais perto do Seu Deus ( e essa era sua clara intenção). Quando Paulo disse "Sê-de meus imitadores", completou a frase com um "como eu sou de Cristo"(I Cor. 11:1), mostrando que não pretendia criar um grupo de evangelistas fazedores de tendas, mas fazer as pessoas focarem no ponto-chave de seu discurso: Jesus, o único modelo digno de ser imitado. Regras que foquem no comportamento humano e não sejam fortemente iluminadas pelos princípios que as fundamentam, são como mel e gafanhotos nas mãos de atores interessados em uma boa atuação. E os pés dos cristãos são aqueles que se ferem e calejam ao andar sobre a Rocha, não os pés que desfilam graciosos sobre palcos. E para levar-nos à Rocha, Deus pode falar a seus filhos de maneiras muito mais abrangentes que por um punhado de formas institucionalizadas.

Alguma dessas pessoas pode refutar: "Bem, Deus pode usar tudo mesmo como meio de falar aos corações. Pode usar pedras. Isso não significa que vamos utilizar nossos dízimos para comprar pedras e enviá-las às nações a fim de anunciar o evangelho." É uma típica atitude de medo ridicularizar a experiência alheia. Um jovem que se sentiu tocado por Cristo enquanto vomitava na sarjeta após uma noite de bebedeira não pode ser encorajado a ter mais noites de bebedeira para tornar a encontrar a Cristo. Mas nós também não podemos dizer que daquele dia em diante Cristo só estará disponível para ele na igreja X, a partir das X horas, se eles estiver vestido de X maneira e cantando o hino X. O caminho da conversão passa por muitas experiências com a beleza e graça divina, mas não consigo reconhecer, nem na minha nem na de outros cristãos, um padrão estritamente objetivo que possa emoldurar a experiência de todos os cristãos. Se Deus usou uma sarjeta para falar a alguém, porque ele não pode usar um livro de literatura, um pôr-do-sol, um sorriso, a frase despretensiosa de um cobrador no ônibus, uma música muito feia e muito pobre mas que naquele momento falou exatamente o que eu precisava ouvir para me voltar para Deus?

Vejam só que paradoxo: eu que sou capaz de admirar tão bem o palácio de uma cantata de Bach ricamente construída, posso ainda me comover com a beleza simples mas igualente verdadeira de uma música tola? Ou guardei Deus só para as coisas grandes, deixando de apreciar sua revelação em tudo o mais ao meu redor? Se sim, cresci com isso ou apenas utilizei meu intelecto desenvolvido para empobrecer meu espírito? Ao ler a Bíblia consigo ver um Deus pedindo algo a seus filhos, mas o que Ele pede me parece ser masi algo direcionado aos outros que a nós mesmos. Ele nos pede serviço, missão. E ao cobrador de impostos que vivia de regular por leis humanas a vida alheia ele disse simplesmente: "Segue-me!"

Não quero parecer anarquista. Meu questionamento às regras não diminui a grandeza dos princípios. Não é isso que ensinamos nos estudos bíblicos quando vamos falar sobre a Lei de Deus? Dizemos que é uma lei moral. E o que é uma Lei Moral? É uma Lei atemporal, regida por princípios aplicáveis a qualquer tempo e em qualquer lugar, jamais se restringindo a parâmetros humanos, mas atravesando séculos por seu poder imutavelmente transformador. A Lei é, por isso, a revelação do caráter de Deus (EGW, O Grande Conflito, p. 467). Um Deus que se revela por princípios não pode ser aprisonado em regras quase sempre feitas para dar mais segurança - ou comodidade - aos homens. Se somos um povo que defende a validade do decálogo como Lei Moral, deveríamos ser um povo que falasse menos sobre regras e mais sobre princípios. Mais que isso, um povo que vivesse por princípios. Que soubesse utilizar-se desses princípios para ver tudo e reter o que fosse bom. Para estar aberto a revelação de Deus nas coisas elaboradas e simples, naquelas que são do nosso gosto e que o contrariam, nas praxes eclesiásticas e nos elementos do dia-a-dia.

Este texto não é um manifesto contra todas as regras sobre louvor, adoração e vida eclesiástica. Há regras boas, que edificam, que nos aproximam dos princípios. Mas só fazem isso quando são pensadas, não só por quem as fez, mas por quem as pratica. E se elas não cabem dentro da minha experiência de vida não têm que ser vestidas com o sufoco de uma roupa cinco números menor só para eu parecer igual a todos os demais. Roupas apertadas não vão preservar meu corpo. A consciência do meu corpo sim, vai me permitir experimentar o que lhe convém ou não. Creio ser assim com o espírito também. Utilizar-me das bem intencionadas regras de vida de alguém que encontrou a Deus por certo caminho pode não ser, para mim, uma experiência que também me aproxime de Deus. Para que isso ocorra tenho que estar atenta e aberta a Sua voz, que às vezes virá suave, às vezes desafiadora.

Regras podem me dar a sensação que estou fazendo tudo ceto por isso mereço a benevolência divina. Princípios nos obrigam a (re)pensar, a sentir, e com isso reconhecer a manifestação da Graça em nossas vidas. O exercício de procurar a beleza divina no improvável pode nos fazer aprender muito sobre o método de Cristo para chegar aos corações e deixar que Ele mesmo entre nos nossos. Este texto, é, portanto, um pedido a todos os nossos bem intencionados irmãos que querem nos fazer viver em maravilhosos palácios de sacralidade: a despeito de terem encontrado Deus no lugar onde estão, não desvalorizem a experiência daqueles que O encontraram numa maçã sobre a mesa. Não há experiências menores quando se trata de experiências com Deus, todas elas são grandiosas. Observar como as sementes da maçã germinam e se erguem em ramos por todos os lados, mas sempre para cima, em busca de um sol onipresente pode ser um bom começo para ver, além da sua velha experiência com a beleza, a manifestação de um Deus belo.

3 comentários:

Luciana Teixeira disse...

Positivamente, esta foi a reflexão mais longa que já escrevi em minha vida, hehehehhehe Mas vocês não têm idéia do peso que me tirou do peito. Me senti aliviada em escrever TUDO que me veio à mente a respeito desse assunto há tanto tempo incomodando silenciosamente cá dentro.

Daniela disse...

Li tudo (pela falta de tempo, demorei 2 dias pois nao queria fazer uma leitura leviana). Nada que vc escrevesse me surpreenderia porque o seu talento para a escritura eu já conheço há anos.

Esse texto é um dos melhores textos devocionais que li nos meus 15 anos de vida crista. Provavelmente o mais sensato, lúcido, equilibrado que li em todos os tempos.

Deus te use mais e mais, querida.

Um beijo grande.

Luciana Teixeira disse...

Dani, eu tava pensando que talvez não tenha sido tão sensata assim. Atribuí uma caracteristica psicológica a quem não gosta de ritmo, isso é errado, não pode ser generalizado. Tipo, eu não gosto de metais, qual seria meu diagnóstico mental? hehehheheh Talvez tivesses uns casos concretos em mente quando escrevi, mas o fato é que por ter escrito já me senti aliviada, era meu prop[osito,d esabafar. Depois volto com calma a esse texto e corrijo os disparates. Beijo, querida.