domingo, 31 de outubro de 2004

Outubro

Desde algum tempo eu tenho parado para refletir, em cada final de mês, sobre as coisas mais importantes que ele me trouxe. E costumo me recordar de fatos marcantes, o que sempre é motivo para louvar a Deus por seu amor grandioso. Mas desde a semana passada não encontro algo no mês de outubro que me fale particularmente à alma. Nenhuma lembrança em especial, nada digno de nota. E isso me preocupou! Resolvi então conferir os dias comemorativos. Dia das crianças? Meus pais me educaram de modo a percebe-lo como simples apelo comercial. Eleições? A política só me interessa como ciência. Aniversários? Dizem respeito aos aniversariantes apenas. Fui então a um site americano e descobri outras datas comemorativas interessantes. O dia 29, por exemplo, é o dia do Frankenstein. Dia 13 comemora-se o dia de trazer seu ursinho de pelúcia para o trabalho. Mas o que mais me chamou atenção foi o dia doze: o dia internacional do momento de gritar a sua frustração.

Com esse último eu me identifiquei logo, já que depois de tanta pesquisa não consegui achar ainda algo especial para falar sobre o mês de outubro. E descobri que esta frustração mesma pode ser a marca de outubro. É neste mês que a gente começa a se dar conta que o ano está acabando (já??!!), e que aquela lista de sonhos e resoluções de ano novo ainda está longe de ser totalmente cumprida. Se esta também é sua relação com outubro gostaria de lhe propor que criemos, nós mesmos, nossos dias comemorativos para outubro. Eles não vão necessariamente te fazer folgar no trabalho ou ganhar presentes, mas podem assumir o mesmo significado bíblico das celebrações: lembrar de Deus.

Podemos fazer isso de muitas maneiras. Pode-se, por exemplo, instituir o dia de levar flores para a amada, e lembrar como Deus dirigiu seu caminho até ela. Ou criar o dia de fazer cafuné do seu amado, e aproveitar pra contar a ele como Deus tem o usado para faze-la crescer em muitos sentidos. A sua criatividade é que fará outubro, novembro ou dezembro meses realmente especiais. Pode ser através do dia de levar os filhos para o seu trabalho (eu adorava quando meu pai fazia isso!), dia de cumprir uma promessa, dia de dizer a cinco pessoas que vocês as ama, dia de se dar um presente, dia de lavar as meias do seu cônjuge, dia de visitar um velho amigo, dia de encontrar dez características boas na sua igreja. A única regra é que em tudo você possa lembrar de uma faceta do amor de Deus por você.

Na Bíblia, especialmente no Antigo Testamento, encontramos o povo de Deus comemorando muitas datas especiais. Havia festas, como a da Colheita, da páscoa, dos tabernáculos, da lua nova, das trombetas, dos pães asmos. Havia o Dia da Expiação, o Purim, alguns sábados separados. E eles ainda construíam altares e memoriais por diversos lugares onde tinham sentido a atuação de Deus. O cerne de todos esses rituais era relembrar ações específicas do Senhor, e assim fortificar seu relacionamento com Ele para manter uma perspectiva correta de vida (Êxodo 12:14). Recordar quem é o Deus em quem temos crido e o que Ele tem feito em nossas vidas é uma atividade curativa, transformadora, de conversão. Qualquer dia em que paremos para agradecer ao nosso Criador e Mantenedor por sua misericórdia, e pela maneira como tem nos guiado e instruído ao longo da vida, é um dia especial, digno de nota, motivo para memória, pretexto pra festa (Filipenses 2:1 e 2). Dessa forma, todos os dias, todas as pessoas, lugares e situações acabarão por nos falar muito ao espírito, e em tudo dirão que Deus é amor.

Uma semana iluminada!
Luciana

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