segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Intróito

Passei um bom tempo sem escrever devocionais. Os pequenos transtornos cotidianos acabaram por se acumular e provocar um grande incômodo de ordem emocional e psíquica, que tive de tratar em silêncio, porque o silêncio denota cura, não é à toa que há cartazes nos hospitais pedindo por ele.
Depois, já convalescendo, comecei a retomar aos poucos minhas atividades intelectuais, que por causa da pausa se avolumaram de modo a eu sentir que não daria conta de "ter que" escrever meus devocionais semanalmente.
Semana passada recebi a prazenteira mensagem abaixo, do meu amigo Marcão, pessoa que foi e é pontapé e motivação para eu escrever. Mais uma vez ele veio me acudir mostrando a necessidade de não afastar o Espírito com meus "compromissos inadiáveis".
E Deus me fez, durante toda a semana, sentir mais e mais sede dEle. Uma sede que, concluí, não daria fim de outra maneira senão me colocando na presença dEle. Resolvi então - ou Ele resolveu por mim - que será assim. Também preciso convalescer espiritualmente, e para tanto preciso de um tipo especial de silêncio, aquele em que a gente se posta aos pés da cruz e espera, serenamente, pela voz de Deus.
Hoje amanheci com este propósito no coração: todos os dias vou vir aqui, antes de tudo, sentar na cadeira em frente ao computador, encarar a cruz e pedir que Deus fale comigo. O que Ele falar, escreverei. Não sei por quantos dias o farei, e não quero me preocupar com isso, já tenho prazos demais a cumprir. Quero apenas buscá-lO e a Sua força, buscar Sua face continuamente (Salmo 105: 4). Quero buscá-lo e viver (Amos 5:4).

ps.: Eu ia linkar o texto do Marcão, mas como não o achei no blog dele, vou colocar aqui.

Para ilustrar o que eu gostaria de dizer com este texto, poderiamencionar esse casal que conheço lá da igreja. Eles têm três filhos, omais velho com acho que nove anos e a caçulinha tem uns quatro. Talvezvocê tenha ideia de quanto três filhos não absorvem de tempo... Bem,eles trabalham duro e vivem nessa confusão a que costumamos chamar SãoPaulo e você também pode calcular quanto de tempo isso consome. Aindaassim, são voluntários no clube de aventureiros da igreja, o que tomatodas as manhãs de domingo e outras horitas mais. Parece, porém, queainda sobra algum tempo, porque nas horas vagas que sobram, corremmaratonas juntos.

Você já sabe isso, ou ao menos intui, mas de quando em vez é bom quealguém o lembre: quer saber quais são suas prioridades reais na vida?Veja com o que gasta seu tempo. Simples assim. Não sobra tempo paranada? Esse "nada" seria algo agradável, divertido, importante ou algoessencial? Você consegue mesmo viver sem o essencial? Até quando?

Existe um pequeno problema com nossas desculpas: existe muita gentetão pressionada pelas demandas da vida moderna quanto nós e que aindaassim realizam coisas fantásticas. Existe gente como a gente que nãodescura do que é essencial, está em contato com Deus diariamente,aplicada a ouvir a voz dEle e ainda por cima crescendo, vivendo eacontecendo. Isso parece invalidar nossas desculpas, não acha?

Talvez valha a pena lembrar de Lutero, que orava uma hora por diaantes de o sol nascer e, quando teria um dia especialmente cheio decoisas e de trabalho, orava três. Ou então o pr. David Cho, líder damaior igreja do mundo, em Seul, para quem um dia perguntaram como éque ele dava conta de uma igreja com 800.000 membros, umauniversidade, um jornal e nem sei mais o que e ainda assim passar amanhã inteira orando e estudando a Bíblia. Ele pareceu um poucoespantado com a pergunta e respondeu: como é que eu conseguiria fazertudo isso SEM passar as manhãs orando?

Sua vida é o que você está fazendo com ela agora, neste instante.Pense nisso.

Feliz sábado, @migos!

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