quinta-feira, 23 de abril de 2009

Monólogos acompanhados - Ekklesia

Inaugurando mais um tag no blog, pensamentos esparsos, incompletos e crus que não chegaram a virar reflexões maduras.
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(1)
Você percebe que ninguém sentiu a sua falta.
E isso é triste.
Mas percebe também, e isso sim importa,
que a questão, de fato,
é o quanto você sentiu a falta de Deus.

(2)
Mal comparando, a igreja para mim é como uma prova acadêmica. Se você fez sua lição de casa, se está feliz porque conseguiu exercitar o conteúdo com que teve contato, se aprendeu de fato, vai fazer a prova contente e satisfeito porque sente que não só aproveitou os novos conhecimentos como tem o suficiente para dar. Na Igreja então, em contato com outras pessoas, você vai falar entusiasticamente sobre aquela matéria que você estudou a ponto de gostar dela (não costumamos gostar daquilo que não conhecemos). A ponto de desejar repassá-la de modo que outros possam aproveitar esse conhecimento também.
Se por infelicidade eu esquecer de fazer minhas lições de casa e aparecer na prova só para parecer que estudei ou que sei algo, meu semblante logo denunciará que estou oca. Que tenho medo e vontade de ir embora. E virá a apatia porque não consigo "acompanhar" aquele conteúdo, o isolamento porque não me identifico com aquele ambiente, a amargura porque a prova se tornou um instrumento para me pressionar a dar algo que não tenho.
E ainda que eu me esforce muito para não deixar transparecer isso tudo, e mantenha os olhos em outros objetos durante o tempo da prova (na roupa de um, nos vícios de linguagem de outro), uma hora os olhos do Mestre encontrarão os meus e...

(3)
A diferença entre o mandamento AMEM
e o cumprimento AMÉM
é um acento tônico
inclinado para o palpável
sobre uma vontade aguda de amar.

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